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Rezando

CAMINHOS DA SANTIDADE

Uma reportagem Longform sobre candidatos à santos da região sudeste do Brasil

Por Ana Caroline R. da Silva

Na busca por compreender a santidade, é comum nos depararmos com um conceito variado, e às vezes, até mesmo complexo. Mas afinal, o que é a santidade?

Ser “santo” vai muito além de títulos e reconhecimentos, mas envolve uma caminhada de virtudes, buscando imitar o maior modelo de perfeição: Jesus Cristo.

 

Sobre isso, o professor e escritor, Felipe Aquino, explica a definição que os próprios santos da Igreja Católica tinham sobre a santidade, que nada mais é do que fazer e aceitar a vontade de Deus. “Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, dizia que para ser santo é preciso duas coisas: primeiro, fazer o que Deus quer, e segundo, querer o que Deus faz.” 

 

Fazer o que Deus quer, significa obedecer a “Lei de Deus”, isto é, os mandamentos. E querer o que Deus faz é aceitar a vontade de Deus, principalmente sobre aquilo que não se pode mudar. Esse aspecto já adentra a esfera vocacional, assunto esse que é muito comum no meio Católico. 

 

No Catolicismo, há diversos meios de se concretizar a sua “vocação”. Alguns se sentem chamados a se doarem por completo e exclusivamente para a Igreja, como padres e freiras, por exemplo. 

 

Mas um erro que é muito recorrente entre fiéis é a falsa convicção de que a única forma de se tornar santo é exercendo uma vida consagrada, quando não. A beleza do Catolicismo está em sua pluralidade de vocações: uns nascem para casar e constituir família, outros para serem leigos, alguns outros vêm a se tornar padre, monge, freira, irmã, e por aí vai.

 

E Felipe Aquino diz que o caminho que leva à santidade é encontrado justamente na Igreja. “O Papa João Paulo II dizia o seguinte “que a Igreja existe para nos levar à santidade”. Eu acho essa frase muito importante. Ele dizia também que a santidade é a força mais poderosa para levar os homens a Cristo, ou seja, levar à conversão. Então não é uma fórmula, são atitudes que a pessoa tem que ter.”, explica. 

 

Seja no celibato ou no matrimônio, a santidade é uma meta comum para os fiéis católicos dos mais variados estados de vida. Para além de títulos e aclamações, a verdadeira santidade se manifesta no cotidiano, incorporando a busca por uma vida virtuosa e sublime no dia a dia. 

 

De acordo com Felipe Aquino “a santidade sempre é possível. O Concílio Vaticano II disse na Lumen Gentium que todos os cristãos são chamados, convidados e obrigados a buscar a santidade no seu estado de vida, porque a santidade depende da consciência da pessoa. Então se a pessoa tem a consciência reta, se ela faz a vontade de Deus, se ela aceita a vontade de Deus, ela pode chegar à santidade, mesmo com tudo aquilo que pode haver de errado no mundo de hoje.”

 

A Igreja Católica reconhece a santidade de vida daqueles que souberam imitar a Cristo da forma mais perfeita, e por isso, recomenda a veneração desses indivíduos. Alguns ganham títulos de padroeiros, protegendo causas, países e assim por diante. 

 

Mas para receberem tal título, é preciso passar por um longo processo até a sua canonização, o qual eleva esses indivíduos a uma posição especial, sendo um exemplo a ser seguido, e a partir disso são chamados de “santos”. Mas o que implica ser considerado um santo? A resposta está em levar uma vida exemplar e marcada por virtudes neste plano terreno.

 

“Os santos colocavam várias atitudes e exercícios importantes para chegar à santidade. Primeiro uma vida de oração, ninguém chega a santidade sem oração. Segundo a vida sacramental, desde o batismo, até a confissão, a eucaristia, enfim, todos os sacramentos são para nossa santificação. Depois outras coisas que ajudam a chegar à santidade, uma vida, por exemplo, de mortificação dos sentidos, jejum, a prática boa de esmolas, porque a caridade, diz São Pedro, “ela encobre uma multidão de pecados”. Então a caridade, a penitência, a oração, a vida sacramental, o despojamento das coisas do mundo, os prazeres do mundo. Tudo isso ajuda a chegar à santidade.”, explica Aquino. 

 

Venha adentrar na história de algumas dessas pessoas que, independente de idade, classe social ou estado de vida, conseguiram se destacar em suas virtudes e hoje, ganharam fama de santidade e vem sendo exemplo para muitos devotos e fiéis católicos. 

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